Arquivo mensais:outubro 2005

Estética – Nem tudo está perdido…

Nem tudo está perdido...

Não pensem que eu só vejo as mazelas, vejo também tentativas de tornar o dia a dia mais ameno, mais agradável.
Uma destas tentativas foi se espalhando devagar e hoje existe na frente de vários prédios da redondeza.
Imagino como começou.
Algum desses nossos porteiros, enclausurado dentro da sua guarita, passava o dia olhando o tronco da sibipiruna plantada bem a sua frente, quando alguma moradora jogou fora a orquídea já sem flor que ganhara do namorado (não sabia se ia poder cuidar do namorado até a próxima primavera quanto mais da flôr). O porteiro que já havia visto orquídeas agarradas em árvores pensou: vou amarrá-la no tronco da minha sibipiruna, vou aguando com cuidado e quem sabe ela volta a florir. E floriu. Algum morador mais ligado percebeu e ao invés de jogar fora a sua, foi oferecer ao porteiro, que não teve dúvidas em aceitar e foi logo amarrando na sua sibipiruna. Na longa viagem de volta para o Grajaú comentou com Severino, colega de profissão. O Severino gostou da idéia e assim apareceu mais uma árvore enfeitada de orquídeas, bromélias e plantas.
É, nem tudo está perdido.

Estética

Estética

Segundo o dicionário Houaiss, uma das acepções de estética é: harmonia das formas e/ou das cores; beleza. Nesta região onde moro, se olharmos algumas construções isoladamente, não há o que reparar, mas quando as colocamos juntas com nossas calçadas, rede elétrica, faixas de propaganda, e tudo mais, é uma tristeza só.

A rede elétrica e seus penduricalhos, fios de telefone, tv a cabo, placas, e outros são um caso a parte. As fotos que ilustram estas observações dizem tudo.

Há 40 anos a então Light, hoje Eletropaulo, planejava enterrar toda a fiação da rede primária dos Jardins, Bela Vista, Cerqueira Cesar e outros bairros. Pode-se ver que não crescemos o que merecíamos, mesmo pagando bons impostos e contas de luz. Além disso hoje parece que as operadoras de tv a cabo passaram a fazer da rede elétrica seus depósitos de cabos para uso futuro. E quando a Eletropaulo troca ou muda de lugar um poste?

Me pergunto, será que só eu me incomodo com isso? Talvez por ser engenheiro eletricista? Ou será que o estado das nossas calçadas está tão ruim que as pessoas não conseguem levantar os olhos e ver o que está acima de suas cabeças? Ou será que a maioria não liga mesmo?

Cachorradas I

Cachorradas I

Quando criança e depois adolescente tive em casa diversos animais domésticos, dentre eles cães. Não lembro de ver pessoas levarem seus cães para fazerem suas necessidades na rua. Eles as faziam no quintal da casa, os mais treinados no cantinho próprio para tal e os outros, bem, davam mais trabalho, mas as coisas eram resolvidas no âmbito familiar, com um esguicho e uma vassoura. É verdade que naquela época morava-se principalmente em casas com quintal e quem morava em apartamento não tinha cachorro.

O tempo passou, as casas desapareceram substituídas por prédios, as pessoas substituíram filhos e netos por animais domésticos, principalmente cães, e as ruas e praças substituíram os quintais.

Enquanto eles eram poucos, a probabilidade de ser premiado com uma pisada na m… deixada pelo animalzinho de estimação era baixa. É claro que algumas pessoas parecem ser atraídas, talvez seja algo decorrente do odor imperceptível (pelo menos até pisada), ou então são realmente azaradas. Imagine que o animalzinho era um pastor alemão ou um bem nutrido labrador.

Nos dias atuais, os “com cães” aumentaram terrivelmente, e aqui nos Jardins, com esta alta densidade populacional, pode se imaginar o resto. Pior ainda quando se mora numa rua que toda vizinhança acha ótima para trazer cãezinhos para passeios matinais, após toda uma noite nos apartamentos. A rua se transforma num “bosteiro”, e danem-se todos os seus moradores.

Já se fez muita campanha para mudar o comportamento dos donos.Aqui na rua já se colocaram cartazes exortando os donos a recolherem os dejetos. Agora apela–se para os “cachorros”.Eis o texto do último cartaz:

“Senhor cachorro, não deixe seu dono evacuar na rua, caso isto aconteça recolha-o para o local adequado. A população agradece.”

Um pouco já se conseguiu. Agora boa parte deles carrega saquinhos de plástico para recolher os excrementos do animal, mas a maioria não deve ter entendido que a idéia era que eles levassem o saquinho para casa e lá os colocassem no seu lixo doméstico, que posteriormente seria levado pelos lixeiros. Então eles são largados na rua, em geral junto a um poste, ou qualquer outro lugar que seja simpático ao dono do animal. Mas e as mijadas nos postes, no portão, no elevador, no seu carro?

Os donos dos cães, em grande número parece, não percebem que vivem em comunidade e existe a necessidade de se respeitar o outro. Numa praça que conheço, onde existe um parquinho para as crianças, utilizam-se dos brinquedos como postes para os cães. E o mais engajado, joga o saquinho com excrementos, na lixeira de coleta seletiva, deve ser pelo plástico do saquinho.

Há muito a fazer em matéria de educação, e estamos nos Jardins. Esta não é a educação da escola, embora muitos queiram transferi-la para lá, é aquela que te faz respeitar os vizinhos, os idosos, os deficientes, os pedestres, os outros motoristas, as normas, as leis, etc.. Esta começa em casa e bem cedo.