Estética – Nem tudo está perdido…

Nem tudo está perdido...

Não pensem que eu só vejo as mazelas, vejo também tentativas de tornar o dia a dia mais ameno, mais agradável.
Uma destas tentativas foi se espalhando devagar e hoje existe na frente de vários prédios da redondeza.
Imagino como começou.
Algum desses nossos porteiros, enclausurado dentro da sua guarita, passava o dia olhando o tronco da sibipiruna plantada bem a sua frente, quando alguma moradora jogou fora a orquídea já sem flor que ganhara do namorado (não sabia se ia poder cuidar do namorado até a próxima primavera quanto mais da flôr). O porteiro que já havia visto orquídeas agarradas em árvores pensou: vou amarrá-la no tronco da minha sibipiruna, vou aguando com cuidado e quem sabe ela volta a florir. E floriu. Algum morador mais ligado percebeu e ao invés de jogar fora a sua, foi oferecer ao porteiro, que não teve dúvidas em aceitar e foi logo amarrando na sua sibipiruna. Na longa viagem de volta para o Grajaú comentou com Severino, colega de profissão. O Severino gostou da idéia e assim apareceu mais uma árvore enfeitada de orquídeas, bromélias e plantas.
É, nem tudo está perdido.